A gigante do setor eólico Enercon Gmbh instalou-se no Brasil como Wobben Windpower e veio ao Ceará com uma nova fábrica em 2002. De lá para cá, as exportações foram uma constante na pauta de negócios e a vitalidade da empresa atualmente depende das vendas para o mercado externo.
Isso porque os nove empreendimentos eólicos que assumiu do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) já foram concluídos e não há novos projetos fechados para 2009. “A gente exporta pás desde o primeiro dia que a gente fabricou. No Ceará, desde 2002”, lembra a gerente da Wobben no Estado, Ludmilla Campos. Em entrevista ao O POVO, ela deixou claro o interesse da Enercon em investir no Ceará, mas cobrou providências governamentais. “Nós estamos dependendo do leilão para ter novos projetos. Este ano, ainda não estamos com nenhum projeto no mercado interno”, informa.
O reflexo dessa redução de mercado para a empresa foi a paralisação temporária na produção de torres no Ceará. Mesmo assim, destaca Campos, todos os funcionários estão mantidos, tendo em vista o investimento feito pela empresa neles e o conhecimento que eles detêm. “Nós mandamos gente de Pecém, de Catuana e de Caucaia para a Alemanha e a gente vai abrir mão desse pessoal?”, questiona.
Até junho, três países devem receber equipamentos eólicos fabricados no Pecém. Para a Costa Rica, serão exportadas 81 pás até maio e para Bonair (ilha da Antilhas) chegarão 36 pás em junho. A Alemanha importa, semanalmente, pelo menos dois sets (seis pás) do Estado.