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Noticia Arquivada

Térmica do Pecém tem 8% das obras civis concluídos

Depois da terraplanagem, uma segunda fase das obras da Usina Termelétrica do Porto do Pecém (UTE Pecém) foi concluída, no último sábado. Foram fixadas cerca de 1.000 estacas, responsáveis por suportar as fundações das caldeiras, dos geradores, das turbinas, dos sistemas de dessulfuração (processo de retirada do enxofre proveniente da queima do carvão), chaminés e ainda dos edifícios que compõem o empreendimento. Segundo o presidente da usina, Moacyr Carmo, as obras seguem dentro do cronograma previsto. De acordo com o consórcio construtor do empreendimento, 8% das obras civis já foram concluídas.

Na próxima etapa dos trabalhos, os operários começam a trabalhar na concretagem das diversas fundações. Aguarda-se ainda para o fim deste mês de junho, a chegada da primeira parte dos equipamentos de grande porte, provenientes da China e da Índia.

O consórcio responsável pela construção da UTE Pecém é formado pelas empresas MABE (Maire Engineering/Tecnimont) e Efacec, que já concluíram cerca de 8% das obras civis previstas. O empreendimento como um todo demandará cerca de 70 mil m³ de concreto, o que eqüivale a construção da estrutura de 39 prédios de 22 andares ou a um estádio do Maracanã. Quanto ao comprimento de tubulação utilizada, 28.541 m, equivalente à distância entre Fortaleza e Caucaia, ida e volta; e, a altura do prédio da chaminé, de 110 m, corresponde à altura de três estátuas do Cristo Redentor.

Geração de empregos

Entre o fim deste ano e o começo do próximo, período que o presidente da UTE Pecém avalia como o “auge das obras”, serão gerados cerca de 1.800 empregos diretos. Cerca de seis mil postos de trabalho indiretos estão sendo criados pelo desenvolvimento de novas tecnologias e negócios para a região. Dos 1.800 empregos diretos, 70% serão de aproveitamento da mão-de-obra local.

Perfil

A UTE Pecém é composta por duas unidades capazes de gerar 360 MW de energia elétrica cada, totalizando uma potência instalada de 720 Megawatts (MW) e um volume de energia anual assegurada de 6.307 GWh, que representa a capacidade necessária para atender 85% do consumo atual da energia elétrica do Estado do Ceará.

O início da operação comercial da primeira unidade está previsto para julho de 2011 e a segunda unidade, para outubro do mesmo ano. A segunda fase da UTE Pecém, com capacidade de 360MW, corresponde à terceira unidade da usina e entrará em operação em julho de 2012, e está sendo desenvolvida pela MPX Geração e Energia. Com a UTE Pecém, o Estado do Ceará passará para a posição de exportador de energia no lugar de importador.

Resultado de uma parceria entre as empresas EDP Energias do Brasil e a MPX Geração de Energia, a primeira fase do empreendimento recebe um investimento na ordem de US$ 1,2 bilhão e será responsável pelo aumento de 90% na produção de energia do Estado. A energia produzida será transferida ao sistema elétrico brasileiro por uma linha de transmissão, em 230KV, conectada na subestação de Cauipe.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Usina custeará projetos do Estado

Para a execução da obra, foram realizados estudos de viabilidade, que compreenderam análises de engenharia e de impacto ambiental nos meios físicos, biológicos e socioeconômicos, cujo licenciamento foi feito pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Parte do custo total do projeto será destinada às unidades de conservação do Governo do Estado do Ceará.

Segundo os termos de compromisso assinado entre a UTE Pecém e a Semace, serão aplicados cerca de R$ 9 milhões para a aquisição de bens e serviços necessários à gestão, ao monitoramento e à proteção de unidades de conservação do Ceará, tais como o Parque Estadual Sítio Fundão; Parque Ecológico do Cocó; Estação Ecológica do Pecém; e da Área de Proteção Ambiental da Serra de Baturité.

Outro termo de compromisso, entre as partes, prevê a doação de 120 mil mudas de espécies nativas da região, no início do projeto. No total, mais de 180 mil mudas serão utilizadas em reflorestamento e compensação ambiental pelo empreendimento como um todo.

Parceria

Além destas compensações, a UTE Pecém fechou parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) para desenvolver um projeto piloto de seqüestro de CO2 com microalgas. Este projeto contará com a consultoria técnica do especialista israelense Ami Ben Amotz, ex-professor da Universidade de Haifa (Israel) e hoje vinculado à universidade cearense.

Pela técnica, o CO2 emitido no processo de geração elétrica é canalizado e redirecionado da chaminé da usina para vários tanques com algas, que se alimentarão do gás para crescer e se multiplicar. No primeiro ano, a UTE lançará mão de um hectare de área para a produção de algas. Neste período, serão analisadas quais cepas são mais propícias para a absorção do carbono, dadas as condições específicas de uma termelétrica. Com o progresso da experiência, a UTE planeja trabalhar com piscinas com laminas d’água de maior área.

A UTE Pecém Geração de Energia está sendo construída com tecnologias que buscam alcançar o menor impacto ambiental na implantação; no manuseio e transporte do carvão; e, durante a operação, no que consiste no atendimento aos limites de emissões preconizados pelo Banco Mundial e órgãos ambientais brasileiros.

 

Fonte: (Diário do Nordeste – Fortaleza)



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