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Noticia Arquivada

Siderúrgica do CE deverá gerar expansão de 12% no PIB

A implantação da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), que entrará em operação no segundo semestre de 2013, implicará em uma ampliação da economia industrial do Estado da ordem de 48%, gerando um incremento de 12% no Produto Interno Bruto (PIB) cearense, isso tudo somente na primeira fase do empreendimento. É o que mostra o estudo de impactos socieoeconômicos da siderúrgica, feito por uma consultoria à CSP e apresentado ontem ao governo estadual.

Na ocasião, onde estiveram presentes também representantes do consórcio empreendedor da siderúrgica, ficou definida a data de assinatura do Protocolo de Entendimentos da usina para o dia 14 de maio, podendo ser antecipada para o dia 13 ou adiada para o dia 15, caso hajam problemas de agenda dos executivos.

A usina produzirá seis milhões de placas de aço por ano, sendo três milhões delas fabricadas na primeira fase, que inicia em 2013, dobrando essa capacidade em 2015.

Terraplanagem em janeiro

As obras de terraplanagem da siderúrgica, que ocupará uma área de 1 mil hectares no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, terão início em janeiro do ano que vem, segundo informa o diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Eduardo Diogo. Serão sete milhões de metros cúbicos de terraplenagem.

A usina demandará 450 mil metros cúbicos de cimento armado, 100 mil toneladas de estrutura metálica e 350 mil toneladas de equipamentos.

De acordo com o estudo, que foi apresentado pelo ex-ministro da Fazenda, Paulo Haddad, a construção da primeira fase do projeto, que durará três anos e meio, demandará a criação de mais de 15 mil empregos diretos. Já durante a fase de operação, serão mais de 4 mil postos formais.

Os impactos socieconômicos foram analisados nos três municípios diretamente envolvidos no empreendimento: Fortaleza, Caucaia e São Gonçalo do Amarante.

A instalação da CSP está orçada em US$ 5 bilhões, entretanto, como informa Diogo, esse investimento poderá ficar em cerca de US$ 4 bilhões, já que os preços dos equipamentos a serem comprados para o empreendimento estão menores no mercado internacional, por motivos da crise econômica internacional.

Essa possibilidade de redução nos gastos já havia sido adiantada pelo governado Cid Gomes ainda no ano passado.

De acordo com a apresentação de Haddad, com a implantação da usina, o Ceará entra na indústria de base nacional e muda o seu patamar de desenvolvimento, qualitativa e quantitativamente. A usina contribuirá no aumento de seis a oito vezes na renda per capita média dos três municípios envolvidos. O levantamento mostra também que o projeto gerará ´equilíbrio orçamentário e sustentabilidade fiscal´.

JFE Steel não entra

O diretor da Adece confirmou: a japonesa JFE Steel não estará envolvida no projeto da CSP, pelo menos nessa fase inicial. A siderúrgica será implantada pela joint-venture formada pela brasileira Vale e a sul-coreana Dongkuk Steel. A administração da siderúrgica, explica, está dividida em três fases: operação, que termina em 2009, implantação, que irá de 2010 a meados de 2013, e operação. Nesta primeira fase, a divisão da participação das empresas ficou praticamente meio a meio, explica. Para a segunda fase, a divisão acionária ainda está sendo discutida.

Mão-de-obra treinada

Está em processo de licitação o projeto arquitetônico do Centro de Treinamento Técnico Corporativo (CTTC), que irá preparar mão-de-obra para a siderúrgica, refinaria e demais projetos do Estado. O centro ficará localizado em um terreno de 15 hectares, próxima à área da siderúrgica na Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Segundo Eduardo Diogo, a expectativa é de que no fim de 2010 a obra esteja pronta e em funcionamento.

GERAÇÃO DE 100 MW DE ENERGIA
Usina contará com uma termelétrica

A siderúrgica cearense contribuirá também para a geração de cerca de 100 megawatts (MW) para a rede nacional. Como todas as plantas siderúrgicas, a usina cearense contará com uma termelétrica movida a carvão mineral, com capacidade de produzir 240 MW. Deste total, algo em torno de 120 MW serão utilizados pela própria usina, sendo o resto disponibilizado à rede. De acordo com o presidente da Adece, Antônio Balhmann, a energia é produzida através dos gases do alto-forno (coração de uma siderúrgica, onde é fundido o ferro para a produção de aço), que são transformados em vapor para a geração da energia elétrica.

Como a termelétrica já faz parte do projeto da siderúrgica, o investimento na sua construção está inserido dentro dos US$ 4 bilhões ou US$ 5 bilhões que a serem aportados no empreendimento.

Fábrica de gases

Balhmann informa ainda que será construída para a usina uma planta de produção de oxigênio a ser levado ao alto-forno para a fabricação do aço. O investimento está orçado em US$ 60 milhões, e será feito por empresas especializadas. O presidente da Adece não informou que empresas estão em negociação para fazer o projeto. Entretanto, matéria dada com exclusividade pelo Diário do Nordeste em 21/05/2008, informava que a empresa Linde, líder mundial no setor de gases industriais, estaria interessada em fornecer oxigênio à siderúrgica.

´Um empreendimento desse tamanho necessita de uma fábrica no local, e de grande porte também´, informava o diretor de negócios e chairman da Linde no Brasil, José Fernando Rodrigues. Segundo ele, a Linde participaria da licitação a ser aberta pela CSP, ´com forte intenção de ganhar´. A Linde já possui, hoje, uma filial em Fortaleza, que recebe os gases, em forma líquida, da fábrica de Jaboatão, em Pernambuco. Entretanto, para suprir à demanda de uma siderúrgica, a empresa precisa ter uma estrutura mais abrangente no Ceará.

Galpão

O Governo do Estado irá disponibilizar, a pedido da CSP, um galpão no Pecém para servir de estrutura de apoio para a empresa, no tamanho de cinco mil metros quadrados, segundo Eduardo Diogo. De acordo com ele, o governo também irá realizar um evento mostrando os impactos socieconômicos dos principais projetos em andamento no Estado: a ZPE, prevista, segundo ele, para estar funcionando ´a todo vapor´ em 2011; a usina de urânio e fosfato de Itataia, prevista para 2012; a siderúrgica, iniciando a sua primeira fase em 2013 e a refinaria, que operará em escala industrial em 2014.

 

(Fonte: Diário do Nordeste – Fortaleza – Editoria: Economia)


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