Com R$ 157 milhões em caixa para aplicação este ano, em obras de terraplanagem da refinaria de petróleo Premium II, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, a Petrobras ainda esbarra em questões ambientais para dar o ponta a pé inicial no empreendimento. Segundo o senador cearense, Inácio arruda, os recursos já estariam assegurados no orçamento da estatal de 2009, mas ações judiciais movidas pela Procuradoria Geral da Justiça no Ceará (PGJ) estariam barrando o início das obras.
Um dos entraves ainda é a possível existência de um cemitério indígena na área onde se pretende construir a refinaria, no município de São Gonçalo do Amarante. ´A Petrobras já tem garantido R$ 157 milhões no orçamento para aplicar este ano, mas ainda espera a solução de ações (judiciais) relativas ao meio ambiente´, revelou Arruda. Segundo ele, está correta a preocupação em proteger o meio ambiente, o patrimônio histórico, ´mas não podemos embargar as coisas. Podemos proteger (o meio ambiente), mas devemos tentar resolver´, disse o senador.
Ele comparou o problema ao verificado na Fazenda Raposa da Terra do Sol, no Pará, onde conflitos de terra entre indígenas e arrozeiros (fazendeiros produtores de arroz) foram resolvidos. ´Não podemos perder esse ano de 2009, para evitar atrasos no início do empreendimento´, alertou o senador.
Capacitação
Para ele, outro aspecto em que o Estado, União e Petrobras precisam ´correr´, juntos, é na formação e capacitação de mão-de-obra qualificada para trabalhar e operar nos novos empreendimentos estruturantes, notadamente na Refinaria e na Siderúrgica de Pecém. ´Paralelamente (às questões ambientais) temos que correr com a formação de pessoal´, apontou Arruda, em reunião promovida pelo deputado Federal, Chico Lopes, para discutir o assunto.
Realizado ontem, o encontro reuniu parlamentares, dirigentes de instituições de ensino superior — Unifor e UFC — e o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Renê Barreira.
Na pauta do encontro, a realização, no próximo dia 24, no Centro de Tecnologia da UFC, de um seminário para debater a demanda, a oferta e o perfil da mão de obra necessária e disponível para os novos empreendimentos do Estado. Nós (o Ceará) não estamos preparados. Precisamos iniciar logo o processo (de qualificação), defendeu em consenso, o reitor do Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifet), Cláudio Ricardo. ´Com planejamento temos todas as condições de treiná-los e capacitá-los´, avaliou a reitora da Universidade de Fortaleza, Fátima Veras, ao anunciar para maio próximo, o início de um curso de Especialização em Processamento e Refino de Petróleo, Gás e BioCombustíveis.
Promotor do encontro, Chico Lopes, disse que a hora para se discutir e começar a preparar a mão de obra é agora, para que o Estado não precise importar capital humano quando a refinaria e a siderúrgica entrarem em operação.
(Fonte: Diário do Nordeste – Fortaleza – Editoria: Negócios)