Os projetos estruturantes do Complexo Industrial e Portuário do Pecém — refinaria, siderúrgica e usinas termoelétricas — vão demandar mão-de-obra qualificada superior a 121 mil profissionais na região de São Gonçalo do Amarante e Caucaia.
Neste número estão incluídos os empregos diretos e indiretos que os empreendimentos deverão gerar durante todo o processo de instalação. O levantamento foi apresentado ontem, durante seminário de formação profissional realizado pela Secretaria da Ciência e Tecnologia (Secitece) e Agênia de Desenvolvimento Econômico (Adece), por representantes das empresas investidoras, visando contratar empregados cearenses.
A gerente de Planejamento e Gestão da Refinaria Premium, Dione Palomino Conde, estima que 90 mil empregos diretos e indiretos serão gerados no conjunto de todas as fases. No pico dos trabalhos — que deve ocorrer em 2014 —, 14 mil trabalhadores estarão em atividade. Entre 2010 e 2014, são 7.500 profissionais contratados.
De acordo com Dione Conde, já no próximo ano, 2.000 profissionais estarão atuando na engenharia de campo, o que inclui, por exemplo, a terraplenagem. Na área da construção civil, o pico deve ocorrer em outubro de 2012, com a atuação de 7.000 empregados.
A montagem vai envolver 12 mil trabalhadores entre outubro de 2014 e janeiro de 2015. Distribuídos por categoria, a gerente de Planejamento e Gestão da refinaria mencionou que 54% dos profissionais estarão atuando nos segmentos de montagem e eletromecânica; 15% comporão a equipe de gerenciamento e 29% serão do setor da construção civil.
Siderurgia
Por sua vez, Edna Oliveira, gerente de Recursos Humanos da CSP (Companhia Siderúrgica de Pecém), disse que o compromisso da empresa é criar, no Estado, uma cultura de siderurgia, porque há a determinação de contratar mão-de-obra local. A demanda foi estimada em 15 mil empregos diretos, número a ser gerado somente pelas construtoras. Com o gerenciamento direto da companhia para o desmatamento e terraplenagem são mais 650 ocupações previstas.
A executiva explicou que o projeto será dividido em duas etapas. Na primeira fase de operação, serão envolvidos 3.245 profissionais próprios. ´Neste ponto, vamos precisar muito do apoio do governo, no sentido de capacitação´, reiterou Edna Oliveira. Segundo ela, nos projetos em desenvolvimentos, voltados para estratégias, trainees e estagiários, serão gerados 11.847 postos.
Energia
O coordenador de Meio Ambiente da Porto do Pecém Geração de Energia S/A, Fábio Santos, estima que cerca de 4.000 postos de trabalho serão gerados com a implantação da UTE Porto do Pecém — uma parceria entre a EDP e MPX , que terá investimentos de R$ 1,2 bilhão. Dividido em duas fases, somente no canteiro de obras serão criados 2.000 empregos diretos na primeira etapa e outros 1.000, na segunda. ´Esses projetos estruturantes irão mudar as característica de localidades como São Gonçalo do Amarante e Caucaia´, salienta Fábio Santos.
Ele adianta que para suprir a demanda interna foi fechada uma parceria com o Senac e CVT (Centro Vocacional Tecnológico) para a realização de 48 cursos, cujos investimentos somam R$ 1,2 milhão.
Fábio Santos ressaltou que 15% da demanda está focada na área de engenharia, 25% na construção civil e 60% na montagem e eletromecânica. Os interessados em saber maiores detalhes do projeto e da capacitação podem ligar para o número 0800 2751000. O Centro de Treinamento Técnico Corporativo (CTTC) foi apontado por René Barreira, titular da Secitece (Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior), como um dos principais instrumentos para promover a capacitação e a formação de mão-de-obra básica para atender as demandas dos empreendimentos. ´Queremos evitar a importação de recursos humanos de outros estados.
Fonte: (Diário do Nordeste – Editoria: Negócios)