Às vésperas do início da safra de frutas cearense — esta que já vai com atraso, por conta das chuvas que ainda não pararam —, o Terminal Portuário do Pecém irá pôr em funcionamento mais 264 tomadas para plugagem de contêineres refrigerados, chegando, com isso, a 888 tomadas. A ampliação, a ser concluída até o fim deste mês, poderá gerar novos negócios ao Estado, com mais produtores escoando seus produtos pelo Pecém, que já é o maior exportador de frutas do País.
´Com estas novas tomadas, nós queremos continuar atendendo a demanda e aumentar a oferta, a tendência é ampliar´, aponta o diretor de Operações e Infra-estrutura da Cearáportos — administradora do porto —, Humberto Castelo Branco. A obras de instalação dos equipamentos, assim como as de uma subestação de energia elétrica no pátio de cargas, estão em fase final. De acordo com a Secretaria de Infra-estrutura do Estado (Seinfra), resta agora apenas a ligação elétrica de equipamentos e a realização dos testes.
Segundo Castelo Branco, já existe a previsão de instalar outras tomadas no ano que vem, talvez mais 264, número, entretanto, que ainda está em avaliação. Atualmente, o porto recebe para embarque a produção não só dos pólos de fruticultura cearenses, como a do Vale do São Francisco (estados de Pernambuco e Bahia), Assu/Mossoró (Rio Grande do Norte), da Paraíba, Piauí entre outros. De acordo com o diretor, essa procura pelo Pecém se dá não somente pela localização privilegiada do terminal, que fica mais próximo da Europa e dos Estados Unidos, mas pelos preços competitivos e pela logística ofertada.
A ampliação é recebida de forma bastante positiva pelo setor da fruticultura cearense. ´No ano passado, nós atingimos um volume de exportação que provou a necessidade de ampliar o número de tomadas elétricas para contêineres. Os produtores solicitaram isso ao governador no ano passado, mas não deu para instalá-las naquela época. Essa ampliação vindo agora é uma sinalização forte aos produtores, porque dá a confiança a eles de que podem elevar o seu plantio´, explica o presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel.
O empresário explica que o setor já vem trabalhando na atração de investimentos para a área de infra-estrutura, mas que, para que isso se consolide, é preciso garantir também a infra-estrutura. ´Nós queremos consolidar Fortaleza como a capital dos negócios da fruticultura, trazendo para cá empresas de serviço, de logística, de embalagens, de câmbio, e isso já acontece. Com a melhoria da nossa infra-estrutura, esses negócios se fortalecem´, afirma. ´É importante realizar esse trabalho, já que quase metade das exportações de frutas frescas do País saem pelo Ceará´, reforça Bringel.
Segundo ele, pela especialização que está acontecendo por aqui nos negócios da fruticultura, a tendência é virem novos produtores exportar pelos portos cearenses. ´Além dessas novas tomadas, ainda tem a Estrada do Melão [lado cearense da Chapada do Apodi], cuja melhoria já foi autorizada´, acrescenta.
Fonte: (Diário do Nordeste – Fortaleza – Editoria: Negócios)