De uma estrutura subutilizada para um equipamento que pode receber uma das maiores refinarias de petróleo do País, uma usina siderúrgica e novas termelétricas, além de indústrias de diversos ramos. A curta trajetória do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que completa hoje sete anos, foi marcada por momentos de euforia – como na inauguração, em 2002 -, por uma longa fase de subutilização, que durou até o quinto ano de funcionamento, e sempre por uma esperança de que os tempos serão outros. O presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, resume o sentimento em relação ao equipamento: “Posso dizer que vencemos a inércia do Pecém”.
“A nossa conquista mais importante até agora foi o terminal de regaseificação (da Petrobras) que já está em operação e produz sete milhões de metros cúbicos de gás por dia. Essa infraestrutura, que só existe aqui e no Rio de Janeiro, é fundamental para novos empreendimentos. Temos uma termelétrica a gás já funcionando e já recebemos o projeto de uma da MPX para a geração de 300 megawatts de energia”, conta.
O Terminal de Múltiplo Uso (Tmut), que está sendo construído no porto, também é apontado como outro importante instrumento para o desenvolvimento do complexo, segundo Balhmann. “É uma infraestrutura básica para ampliar a movimentação de contêineres e de placas de aço quando a siderúrgica estiver funcionando. Serão construídos dois píeres na primeira fase e outros dois na segunda. Como é uma obra que está em andamento, já consideramos como uma conquista”, acrescenta o presidente da Adece.
Novas empresas
E completa: “no próximo dia 7, vamos inaugurar a Tortuga e depois a Votorantim, que está com a fábrica praticamente pronta, e depois teremos um investimento na área de cimento. A ZPE (Zona de Processamento de Exportação), que é um sonho antigo, também vai começar a ser implantada. No próximo dia 6 o presidente Lula vai regulamentar”.
Quanto à movimentação do porto, o diretor comercial da Cearaportos, empresa administradora do terminal, Mário Lima, diz que atualmente está em 150 mil contêineres por ano (dado de 2008), mas que deve chegar a 500 mil por ano em até cinco anos. O bom momento do porto pode ser, segundo Lima, provado pelos resultados da Cearaportos. “Temos que comemorar esse aniversário porque, pelo segundo ano consecutivo, a Cearaportos está dando lucro. Antes, a receita não cobria a despesa. Em 2007, a empresa faturou R$ 14 milhões e, em 2008, faturou R$ 18 milhões. Este ano, queremos registrar crescimento de 5% a 10% em relação ao resultado do ano passado”, diz.
NÚMEROS
11,1 bi
DE DÓLARES É O INVESTIMENTO PREVISTO PARA A REFINARIA PREMIUM II
US$ 5 bi
É O INVESTIMENTO PREVISTO PARA A SIDERÚRGICA
R$ 18 mi
FOI O FATURAMENTO DA CEARAPORTOS NO ANO PASSADO
(Fonte: Jornal O POVO – Fortaleza – Editoria: Economia)