No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher e, ao longo desta semana, vamos homenagear, através de histórias inspiradoras, todas as colaboradoras que fazem parte do Complexo do Pecém. Ao todo, conheceremos a trajetória de oito mulheres que não desistiram, alcançaram seus objetivos e têm contribuído para o desenvolvimento do Ceará diariamente, abrindo caminhos para outras mulheres que almejam alçar voos ainda mais distantes.
Começamos a série de entrevistas com Terezinha Ferreira da Silva, a famosa “Tetê”, como é carinhosamente conhecida por todos no Complexo do Pecém. Segundo Tetê, ela viu o Porto do Pecém nascer e, com o trabalho ao longo dos anos, foi reconhecida e cresceu profissionalmente dentro da empresa. Ela lembra que começou a trabalhar como auxiliar de serviços gerais durante a obra.
“Cheguei aqui no dia 1° de outubro de 1997. Trabalhava na empresa responsável pela construção do Porto do Pecém. Sempre quis aprender e, enquanto cumpria minhas obrigações, aproveitava para observar e tentar aprender coisas novas”, afirma Tetê.
Com o fim da construção, ela acabou sendo convidada para trabalhar na empresa que iria administrar o Porto do Pecém, a antiga “Cearáportos”. Durante esse tempo, Terezinha passou por vários setores, adquiriu muito conhecimento e, atualmente, trabalha no setor de protocolo. Orgulhosa, ela destaca para todos que tem “dezenove anos de casa”.
Crescimento pessoal e profissional
Além de participar de toda a evolução do Complexo do Pecém, Tetê acompanhou a ascensão das mulheres dentro da empresa. “Acredito que as mulheres foram realmente reconhecidas por sua dedicação, responsabilidade e amor pela profissão. Elas ganharam o espaço tão almejado. Antes, eram somente donas de casa. Hoje, estão se destacando em várias áreas de atuação”, pontua.
Durante sua trajetória profissional, a colaboradora destaca que o maior desafio que enfrentou foi pessoal. “Busquei durante esse tempo manter meu compromisso e dedicação, sempre procurando fazer o melhor para meus colegas de trabalho”, finaliza.
Liderança que inspira
Gerente de operações da ZPE Ceará, Karina Bzyl nos conta como foi começar a construir sua carreira em uma sociedade ainda predominantemente patriarcal. A gerente exibe com orgulho sua equipe que, apesar de ser majoritariamente masculina, possui mulheres dedicadas, fortes e que desempenham suas funções com excelência, exatamente como seus colegas de trabalho. Hoje, representam, em média, 22% da equipe total. “Eu as vejo como mulheres fortes, dedicadas, decididas, firmes e valentes. Elas sabem o que querem, sabem trabalhar com excelência e conseguem lidar com as diversas situações que surgem pelo simples fato de serem mulheres”, opina.
“Sempre fui muito esforçada e determinada em atingir os meus objetivos profissionais. Passei por várias etapas e obstáculos para chegar na posição que me encontro hoje”, conta Karina. Ela lembra que foi bolsista/pesquisadora na época da graduação, estagiou em empresas para adquirir mais conhecimentos e passou uma temporada fora do Brasil estudando e trabalhando. Todo esse esforço visando criar experiências e adquirir conhecimento para agregar no mercado de trabalho.
Ser mulher no mercado de trabalho
Para Karina, ser mulher não é fácil e isso é ainda mais difícil quando se trata do mercado de trabalho. “Competir com os homens em uma sociedade machista é uma luta gigante e um desafio diário”, diz. Ela acredita que as mulheres vivem uma constante luta contra os preconceitos que as cercam. “Temos que sempre mostrar em dobro que podemos fazer igual ou melhor a qualquer homem no mercado”, destaca.
Quando questionada sobre que tipo de conselho deixaria para as mulheres que têm o sonho de se destacar, independentemente da área em que atuam, ela cita a escritora Rui Kaur. “Qual é a maior lição que uma mulher pode aprender? Que, desde o primeiro dia, ela sempre teve tudo o que precisa dentro de si mesma. Foi o mundo que a convenceu que ela não tinha”, pondera.
Essa citação representa a luta das mulheres na sociedade. “O mundo tenta nos convencer todo dia que não podemos concorrer com os homens, que não aguentamos a pressão do mundo, que a nossa função é ser do lar e para o lar. Mas não, ninguém define o que somos ou o que queremos além de nós mesmas. Se queremos algo, vamos atrás. Temos sonhos, objetivos e uma vontade infinita de realizá-los’, finaliza Karina.