Com vasta experiência na área administrativa, Inês da Silva conta que sempre gostou de trabalhar com atendimento ao público. Ao longo de sua carreira, ela se deparou com situações difíceis e que a fizeram abrir mão de algumas oportunidades, mas não desistiu. Há cinco anos colaboradora do Complexo do Pecém, afirma estar muito satisfeita por contribuir com o desenvolvimento econômico do Ceará através de seu trabalho.
“Escutei de muitos homens que a área em que eu atuaria não era para mulheres. Eu não entendia. Não tive medo, coloquei todo o meu Equipamento de Proteção Individual (EPI) e comecei a trabalhar. Acredito que estou dando bons resultados”, relata Inês sobre sua atuação no Complexo do Pecém, iniciada em 2016.
Com um discurso confiante, a operadora de logística relata que seus dias no gate são compartilhados com mulheres dedicadas e interessadas em fornecer um serviço de excelência. “Acho que esse é o diferencial das mulheres: elas querem aprender e não têm medo de mudança. Vejo que eu e minhas colegas de trabalho queremos acompanhar as evoluções tecnológicas, mudanças de sistemas, para que nosso atendimento seja de qualidade”, conta.
Reconhecimento
Inês ressalta que o amor e a dedicação foram fatores determinantes para conquistar a confiança de seus supervisores e colegas de trabalho. Além do setor que atua hoje, ela também trabalhou no armazém do Porto do Pecém, o que agregou ainda mais conhecimento às atividades realizadas em seu posto. “Eu gosto de trabalhar. Para mim não tem tempo ruim, gosto de resolver. O que está ao meu alcance, eu faço”, afirma.
Inês acredita que, no mercado de trabalho, há espaço para todas as mulheres, mas é preciso coragem e foco para alcançar os objetivos traçados. “Mulheres, vocês são guerreiras e fortes, portanto, não se intimidem. Devemos ir à luta. As dificuldades existem, mas a gente passa por cima de tudo. Não desistam dos seus sonhos por ninguém. Nós temos a liberdade de escolher nosso futuro”, diz.
Paixão pelos números
Responsável por comandar todo o setor de operações da ZPE Ceará, Andréa Freitas conta que sempre foi apaixonada pelos números e que, por isso, decidiu pela graduação em Ciências Contábeis. Inquieta, ela afirma que não demorou em buscar especializações para se diferenciar no mercado de trabalho e, atualmente, é mestranda em Políticas Públicas. “Eu sempre procurei correr atrás dos meus objetivos, sendo proativa na minha carreira. Gostava do que fazia, sempre atuando com muita paixão. Então, as coisas iam acontecendo, as oportunidades foram surgindo e eu fui abraçando”, diz a diretora de operações da ZPE Ceará.
Especialista em Gestão Portuária e Negócios Internacionais, Andréa destaca que a busca permanente pela qualificação e o avanço da formação profissional são práticas que ela procura estimular bastante entre as mulheres que compõem sua equipe. “Conquistar novos saberes e compartilhar em equipe é a melhor política de valorização de colaboradores e colaboradoras”, acrescenta.
Sobre as dificuldades enfrentadas por mulheres no que diz respeito à inserção no mercado de trabalho, a diretora de operações da ZPE Ceará afirma que existem “muitos desafios” a serem vencidos para que a desigualdade de gênero deixe de existir, mas que a busca incessante das mulheres por valorização tem feito a diferença. “Acredito na consolidação dessa luta, proporcionando mais espaços nas empresas para cargos com liderança feminina”, pontua Andréa.
Representatividade na liderança
Andréa lembra que, atualmente, há forte representatividade nos cargos de liderança na ZPE Ceará. “Esse exemplo feminino é importante para incentivar a ascensão de mais mulheres em cargos de chefia”, reforça. Segunda ela, a busca por igualdade não deve tentar suprimir os espaços ocupados por homens, mas sim buscar melhorar o ambiente de trabalho, apostando na harmonia entre todos. “O mais importante, no meu ponto de vista, é a confirmação do empoderamento feminino, dos ganhos de nossas posturas perante nós mesmas”, complementa.
Por fim, a diretora de operações da ZPE Ceará cita a filósofa e escritora inglesa Mary Wollstonecraft, referência na luta pelos direitos femininos durante o século XVIII, para deixar uma mensagem de incentivo a todas as mulheres que trabalham diariamente para serem valorizadas e reconhecidas. “Não desejo que as mulheres tenham poder sobre os homens, mas sim sobre elas mesmas”.