Os empreendimentos que concretizam antigos sonhos de desenvolvimento do Ceará estão finalmente garantidos para o Estado. Uma refinaria de petróleo da Petrobras com capacidade para processar 300 mil barris por dia e produzir derivados de alta qualidade, uma siderúrgica fruto da parceria da coreana Dongkuk e da brasileira Vale, a tão esperada exploração da jazida de Itataia e até a imprevista exportação de minério de ferro já a partir do ano que vem. Os investimentos privados são altos e a infra-estrutura, que inclui vias de acesso e de escoamento, energia elétrica e água, para viabilizá-los deve corresponder. E mais: essa infra-estrutura não pode demorar tantos anos para ficar pronta, como aconteceu com o açude Castanhão e com o Metrofor, que deveria estar funcionando desde 2001.
Para garantir os investimentos necessários, o Governo do Estado terá que recorrer não só aos recursos do Tesouro mas também a empréstimos. Segundo o governador Cid Gomes, que esteve na sede da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) em São Paulo último dia 12, serão investidos R$ 9 bilhões em infra-estrutura no Ceará até 2010.
Esses recursos serão distribuídos entre as principais necessidades do Estado: construção e melhoria de vias de acesso, como estradas e ferrovias, aumento no fornecimento de água para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e maior geração de energia elétrica. No caso da energia, a questão está sendo bem equacionada por causa dos investimentos privados na construção de parques eólicos (serão 14 novos até o fim de 2009) e da usina de energia solar em Tauá, que será a segunda maior do mundo e segunda maior da América Latina. A função do Estado, então, é garantir a desapropriação das áreas e construir vias de acesso, como explica o secretário-adjunto de Infra-Estrutura, Otacílio Borges.
Já em relação ao fornecimento de água o Estado terá que gastar bem mais. Hoje, a quantidade de água que chega ao Complexo do Pecém não é suficiente nem para abastecer a refinaria e a siderúrgica individualmente. De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) a vazão de água será mais que quadruplicada até 2010 para “garantir a segurança hídrica” dos empreendimentos que serão instalados.