Maior fabricante mundial de aerogeradores de energia eólica, a empresa alemã Fürlander está pronta para investir no Ceará. Mais precisamente, para implantar, no Complexo Portuário e Industrial do Pecém, uma fábrica de aerogeradores com potência superior a 2 megawatts (MW). O que falta, então? Uma fonte da área empresarial da energia eólica responde: falta a decisão política do Governo brasileiro — leia-se Ministério de Minas e Energia e Empresa de Planejamento Energético (EPE) — de fazer da fonte eólica uma de suas prioridades. O que significa isso? A mesma fonte explica: significa, por exemplo, o estabelecimento de um calendário anual de leilões. Significa, ainda, a aprovação de um marco regulatório que balize o caminho pelo qual devem seguir os investidores. Por enquanto, acrescenta a fonte, por mais que se esforcem o ministro Edson Lobão e o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, não há luz no fim do túnel da energia eólica, a não ser o lusco-fusco do primeiro leilão marcado para o próximo mês de novembro, em torno do qual só há dúvidas. Consequência dessa mixórdia: quem já investiu e quem está a investir em parques eólicos no Brasil, no Nordeste especialmente, tem tomado, solenemente, grande prejuízos, pois as dívidas dos empréstimos contraídos só fazem aumentar, sem perspectiva segura de retorno no médio prazo. Não é fácil investir no Brasil.
Fonte: (Diário do Nordeste – Coluna: Egídio Serpa)