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Notícia

Dia do Imigrante – colaboradores compartilham experiências e aprendizados com a mudança para o Brasil

Nesta sexta-feira, 25 de junho, comemora-se o Dia do Imigrante, razão pela qual aproveitamos para contar a história de vida e os caminhos percorridos por alguns colaboradores estrangeiros do Complexo do Pecém. Deixar seu país de origem, familiares e costumes não é uma tarefa fácil, mas explorar novos lugares tem suas vantagens e todos os entrevistados demonstram satisfação em viver, atualmente, em um local de povo hospitaleiro e clima agradável como o Ceará.

Nascido em Buenos Aires, na Argentina, Alejandro Moreno mudou-se para o Brasil com a família quando tinha apenas quatro anos. Graduado em logística, ele faz parte do corpo de concursados do Complexo do Pecém há sete anos, ocupação da qual tem muito orgulho, já que foi alcançada após muita dedicação e o processo de naturalização, uma das exigências para prestar concurso público no País.

“Ser servidor público, para mim, é um compromisso, um casamento, um pacto. O Estado cuida de mim e da minha família, enquanto eu ajudo o Estado a cuidar da própria companhia e, por consequência, das demais pessoas da sociedade”,

declara Alejandro.

DIFERENÇAS CULTURAIS

O assistente de desenvolvimento logístico, que atua como supervisor de gate do Porto do Pecém, conta que a família mudou para o Brasil em 1976. O pai, que trabalhava em plantas industriais de produção de laticínios, recebeu uma proposta para atuar em uma empresa da mesma área, em Salvador, e aceitou. Após conhecer o país e o novo local de trabalho, o chefe da família decidiu que a mudança valeria a pena e, então, Alejandro veio para o Brasil com a mãe e outros três irmãos. “Quem conhece Buenos Aires sabe que, além do idioma, existem diferenças culturais imensas com o jeito baiano de ser. Porém, segundo meus pais, foi a coisa mais maluca e acertada que fizeram na vida”, recorda.

A família de Alejandro, desde que mudou para o Brasil, além de Salvador, morou também em Campinas (SP) e, em 1986, chegou ao Ceará, de onde nunca mais saiu. Alejandro, hoje casado com uma cearense nascida em Quixadá, revela que os três filhos, naturalmente, incorporaram alguns costumes argentinos que considera importantes como o idioma, gosto culinário e a união familiar.

“Nunca foi uma imposição. Não parei e sentei com nenhum de meus filhos para ensinar o espanhol, por exemplo. Um fato que eu nunca esqueci foi que, durante uma viagem à Argentina, minha filha disparou a falar espanhol, mostrando bom conhecimento da língua. Acredito que é parte de um todo, onde as coisas simplesmente flutuam no ar”,

conta.

Hoje, após tantos anos morando no Brasil, Alejandro conta que está muito satisfeito com tudo o que conquistou durante esse tempo e, apesar de sempre visitar e manter contato com familiares, não sente vontade de retornar ao seu país de origem. “Argentina, como o Brasil, é um país enorme, com muitos lugares e assuntos interessantes, além de sua gente honesta e receptiva. Sempre que a situação permite, damos uma voltinha por lá. Retornar em definitivo nunca passou seriamente na cabeça de nenhum de nós. É muito bom visitar a Argentina, mas é ótimo retornar ao Brasil”, finaliza Moreno Alejandro.

AMANTE DAS QUINTAS-FEIRAS

Oscar Aristizabal, colombiano de Bogotá, conta que o que o trouxe ao Brasil foi um amor. Ele e a esposa escolheram a capital cearense para casar e construir sua família há 10 anos. Apesar de sentir falta de seus parentes, Oscar afirma que não tem planos de voltar para sua cidade natal.

O colombiano diz que, mesmo distante, tenta preservar alguns aspectos de sua cultura, como a língua espanhola e as danças típicas, que também são passadas para sua filha. Oscar, inclusive, destaca uma prática comum entre seus familiares. “No dia 7 de dezembro, é comemorado o início das festas natalinas no meu país. Esse dia nós chamamos de ‘El Dia de las Velitas’ e todas as pessoas acendem velas na entrada de suas casas”, conta.

Em relação ao Brasil, Oscar diz que ama a música, as praias e, em especial, a cultura cearense. “Principalmente, o fato das quintas-feiras serem reservadas para encontrar os amigos e comer caranguejo na capital cearense”, revela.

O arquiteto enfrentou, por ser estrangeiro, vários obstáculos para entrar no mercado de trabalho. Em 2017, surgiu a oportunidade de atuar no Complexo do Pecém, onde está até hoje. Oscar destaca que se sente muito feliz em conviver com as pessoas que conheceu na ZPE Ceará e no Porto, e orgulhoso por fazer parte de um projeto único na América Latina.

“Nós somos, realmente, privilegiados. De acordo com meus estudos, digo que somos únicos, com uma estrutura diferenciada. Devemos continuar trabalhando para seguir desenvolvendo o Complexo do Pecém”,

finaliza.

CONSTRUINDO O SUCESSO

Tiemo Arkesteijn, diretor executivo financeiro do Complexo do Pecém, já morou no Peru, na Espanha e na Bélgica, mas não esconde seu encantamento em relação ao Ceará, que vai além das praias que atraem tantos turistas para o Estado. “O mais importante, para mim, são as pessoas, pois estão sempre abertas a ajudar e dispostas a nos receber de braços abertos”, destaca.

O administrador conta que participou de todo o projeto de consultoria que Roterdã realizou no Porto do Pecém. Quando o porto holandês se tornou acionista do Governo do Ceará, Tiemo recebeu a proposta de mudar para o Brasil e participar da gestão do porto cearense. “Era um novo desafio, o que, para mim, é sempre emocionante”, diz. O diretor lembra que o argumento que o convenceu a vir para o Brasil foi de que estaria contribuindo para a história de sucesso do Pecém. Assim, arrumou as malas e partiu.

Diferente das outras mudanças, essa, em especial, foi um grande desafio para o holandês, pois foi a primeira com toda a família. Tiemo ressalta que o povo caloroso do Ceará foi o que tornou todo o processo mais fácil. “No início, foi mais difícil a adaptação, principalmente para minha filha mais velha, que tinha apenas dois anos. Ela teve um pouco de dificuldade com a língua, mas, em dois meses, já estava falando português melhor do que eu”, lembra.

Após dois anos morando no Ceará, Tiemo revela que está muito feliz, mas sabe que chegará o momento de partir para outro desafio. “Aprendi muito durante esse tempo que estou no Pecém e, a cada dia, me sinto mais maravilhado com todas as pessoas que conheço aqui. Eu realmente acredito que o futuro do Pecém é brilhante”, finaliza.

REALIZAÇÃO DE UM SONHO

Assim como Tiemo, Cornelis Hulst veio ao Brasil com a missão de contribuir para o desenvolvimento do Complexo do Pecém. Vice-presidente de Operações há dois anos e meio, o Engenheiro Mecânico compartilha com sua equipe, diariamente, os conhecimentos adquiridos nas grandes empresas que passou e países em que morou.

Segundo o Vice-Presidente, todas suas viagens e mudanças foram aventuras emocionantes e ajudaram na construção de sua carreira profissional. No Complexo do Pecém, Cornelis conta que recebeu um grande apoio de seus colegas de trabalho quando chegou. “Me deram espaço, eu consegui trazer minha experiência e, agora, somos uma verdadeira equipe”.

Hulst lembra que decidiu aceitar a proposta do Porto de Roterdã para atuar no Pecém sem pensar. “Antes das avaliações e testes requeridos para a posição na empresa, decidi que queria vir. Foi um sonho de muitos anos poder trabalhar no Brasil e, melhor ainda, no Ceará”, compartilha.

Embora satisfeito com a posição que ocupa atualmente, Cornelis pretende voltar para a Holanda, onde a família ainda mora. “Depois de um tempo é importante renovar os líderes dentro de uma empresa, porque os líderes aprendem, crescem e, também, avançam para novos desafios. É bom abraçar a mudança”, finaliza.