Agora, o Governo do Estado e os investidores confirmaram ser irreversível: a siderúrgica cearense será mesmo concretizada, e terá suas obras iniciadas ainda este ano. Ontem, após vários adiamentos, o memorando de entendimentos para a instalação da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) foi assinado entre os envolvidos no projeto. Mesmo diante da crise, os empresários da sul-coreana Dongkuk e da brasileira Vale decidiram levar à frente a empreitada.
´Apesar das dificuldades, queremos vencer o desafio, e estamos investindo agora para estarmos preparados para o futuro´, afirmou o representante da área internacional da Dongkuk, Yung Il Mun, após assinar o contrato que determinava as obrigações do Estado e dos investidores com a implantação da siderúrgica. Segundo ele, diferentemente do que ocorreu com a refinaria, na qual foi firmado um memorando e agora espera a assinatura do chamado Termo de Compromisso, que funcionará como um contrato, propriamente dito, com a CSP não será preciso mais um ato burocrático do tipo.
´O documento da refinaria está sendo realizado em duas etapas, uma simples, mais conceitual, depois, com mais detalhes. No nosso caso, isso já tem vários detalhes firmados, então, por enquanto, não temos a necessidade de fazer uma coisa a mais em relação a isso´, explicou. Segundo ele, ainda não está definida a estrutura societária da CSP. Conforme o diretor de Siderurgia da Vale, Aristides Corbellini, a persistência no empreendimento faz parte da estratégia da empresa de agregar valor aos minerais que explora, tanto em território nacional, quanto fora.
´Além disso, o projeto não visa um mercado desconhecido. Nós vamos atender à demanda da nossa parceira Dongkuk´, complementou.
Ainda que o contrato envolva somente o Governo do Estado, a prefeitura de São Gonçalo do Amarante — onde se localizará a usina — e os investidores, a ministra Dilma Rousseff, presente à solenidade, também assinou o documento, como ´testemunha´, como explicou o governador Cid Gomes. De acordo com ela, concordando com o executivo da Vale, é ´inadequado retirar minério do solo e não agregar valor´. ´Nós fizemos questão de coincidir o balanço do PAC com essa solenidade. Para Lula, é muito caro a ele essa questão da siderúrgica no Ceará. Esses projetos sempre se concentraram no Sudeste, algumas vezes no Sul, mas nunca no Nordeste, ou no Norte´, defendeu.
O governador Cid Gomes afirmou que está é apenas a primeira etapa para que o Ceará tenha uma base industrial sólida. ´Não que o Ceará dependa só da indústria, mas nenhuma região do mundo se desenvolveu sem isso e, para que ocorra aqui, é preciso a siderúrgica e a refinaria´.
Fonte: (Diário do Nordeste – Fortaleza – Editoria: Negócios)