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Noticia Arquivada

Cortes na Vale não afetarão siderúrgica do Pecém

O corte de 36,5% na projeção de investimentos para 2009 da mineradora Vale, que é parceira da empresa coreana Dongkuk no projeto da siderúrgica do Ceará, não vai alterar os negócios já planejados no Estado, segundo informações da mineradora. O total de recursos para investimentos, projetado em US$ 14,235 bilhões em outubro de 2008, caiu agora para US$ 9,035 bilhões. A siderúrgica do Ceará é um investimento superior a US$ 800 milhões e será implantada na área do Complexo Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante.

Ainda segundo a assessoria de comunicação da mineradora, o adiamento da assinatura do memorando de implantação da siderúrgica, marcada para o último dia 21, nada tem a ver com o corte de investimentos. “O que houve foi uma mudança de agenda, solicitada pelo Governo do Estado, por causa da ausência de convidados”, explica. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, seria uma das convidadas ausentes, já que passa por tratamento de um câncer linfático.

Reações
Segundo analistas, o mercado brasileiro recebeu de forma natural a queda de projeção da Vale. Os operadores lembraram que no início de maio o Grupo Gerdau já havia divulgado perdas de 98% em seu lucro líquido e as ações ficaram estáveis.

Em declaração à imprensa, técnicos da Vale disseram que “a revisão reflete basicamente a variação de preço das moedas nas quais os dispêndios são denominados, além de revisão de custos de equipamentos, de implantação, atrasos associados à obtenção de licenças ambientais e simplificação ou mudança de escopo de alguns projetos”. O novo orçamento restringe de forma mais evidente a área de projetos, com redução de 41,7% dos recursos. Em seguida o setor de pesquisa e desenvolvimento, com queda de 30%.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os cortes de investimentos previstos pela mineradora. Ele disse que, ao chegar ao País, vai pedir explicações ao presidente da empresa, Roger Agnelli. “Não vejo necessidade de a Vale parar os investimentos porque tem dinheiro em caixa”, afirmou. Ele citou que, embora a mineradora tenha deixado de vender oito milhões de toneladas para a Europa, passou a vender 16 milhões para a China.

(Fonte: Jornal O POVO – Fortaleza – Editoria: Economia)