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Notícia

Agosto Lilás – Colaboradores do Complexo do Pecém assistem palestra sobre violência doméstica

No mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, o Complexo do Pecém, em parceria com o Ministério Público do Ceará – MPCE, através do Núcleo Estadual de Gênero Pró-Mulher (NUPROM), promoveu a palestra “Prevenção da Violência doméstica contra a mulher”, ministrada pela promotora de Justiça, Ana Cláudia de Oliveira Torres.

A psicóloga do Complexo do Pecém, Joyce Campos, considera importante discutir o assunto com colaboradores do Porto do Pecém, da ZPE Ceará e das empresas que prestam serviço na área portuária, tendo em vista que o tema precisa ganhar mais visibilidade.

“Todos os dias devemos falar sobre questões de enfrentamento à violência contra a mulher. É importante que esse assunto não seja silenciado. Precisamos entender mais sobre o tema para que seja possível combater esse problema”, afirma Joyce.

Violência contra a Mulher

Segundo Ana Cláudia Torres, uma mulher é agredida a cada 5 minutos no Brasil e mais de 4 mil mulheres são assassinadas por ano no País. “Queremos sensibilizar a população a buscar seus direitos e, também, mostrar às empresas os prejuízos econômicos causados pela violência doméstica”, ressalta.

Além de mulheres, o evento promovido pelo Complexo do Pecém também contou com a participação masculina. Marcos Rodrigues, conferente da empresa Unilink, conta que saiu satisfeito com a apresentação e que vai compartilhar com todos o que aprendeu.

“Acho que foi um momento enriquecedor. É um tema que precisa também ser discutido por homens. Aprendi um pouco mais sobre os direitos das mulheres e vou, com certeza, repassar para todos os meus colegas”, diz Rodrigues.

Vida real


Lúcia (nome fictício), colaboradora do Complexo do Pecém, viveu 19 anos ao lado de seu agressor. Apesar de difícil, ela compartilhou conosco um pouco de sua história. Segundo Lúcia, seu ex-companheiro não era violento no início do relacionamento, mas as agressões e ameaças começaram quando ela passou a trabalhar fora de casa, conquistando assim um pouco de independência.

“Ele não aceitava meu trabalho. Quando falava em sair de casa, por causa das agressões, ele dizia que me mataria, mataria minha filha e minha família”, relembra. Com medo, Lúcia permaneceu em silêncio durante cinco anos.

Conversar é preciso


Lúcia compartilha que, na época, trabalhava como vendedora no munícipio em que mora e que uma de suas clientes, que acabou virando amiga, foi seu grande apoio. “Um dia, cheguei na casa dela e ela me perguntou o que havia acontecido. Ainda tentei disfarçar, mas acabei contando tudo”, diz. 


A conversa foi o início de um novo capítulo na história de Lúcia, que passou a ir todos os sábados à missa com a amiga. Foi com muita conversa e fé que ela encontrou forças para denunciar o ex-marido.

“O estopim foi quando ele bateu também na minha filha. Fiz a denúncia e não me arrependo. Eu entendi que não precisava passar por aquela situação. Para as mulheres que estão vivendo o que eu vivi, conversem, compartilhem, procurem um ponto de apoio. Conversar foi fundamental para meu processo de libertação e também será para vocês”, finaliza.

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