A estratégia que está sendo desenvolvida pelo Ceará em relação à questão logística portuária compreende reformas, ampliações e a associação com outros modais para otimizar o escoamento dos produtos. Uma dessas alternativas é a ligação com a ferrovia Transnordestina. Segundo o governador Cid Gomes anunciou ontem durante o 3º Seminário Interno de Logística Portuária, a ferrovia custará R$ 5,4 bilhões e chegará ao Pecém, otimizando o escoamento de produtos como grãos, gesso e minérios ao porto. Apenas 40% das estruturas originais dos terrenos onde passam a Transnordestina serão aproveitadas. O Seminário contou com a presença do representante da SEP (Secretaria Especial de Portos), ministro Pedro Brito, que abordou estratégias para o desenvolvimento dos portos cearenses.
Além da associação com a Transnordestina, o governador explicou que é necessário assegurar que o Pecém mantenha as cargas gerais. Ele lembrou que a estrutura foi criada como um porto industrial há vinte anos para concretizar um esforço de atrair uma refinaria e uma siderúrgica para o Estado. O porto foi deficitário até setembro de 2007, quando a fruticultura e outros setores foram responsáveis por reverter essa situação.
O governador lembrou que já está assegurada uma refinaria Premium da Petrobras no Pecém com capacidade para 300 mil barris e outra no Maranhão para 600 mil barris. Também está encaminhada a vinda de uma siderúrgica que inicialmente deveria produzir 1,5 milhão de toneladas de aço e o projeto atual define a produção de 6 milhões de toneladas.
Para receber as novas estruturas, o Pecém passará por duas reformas. A primeira vai ser responsável pelo prolongamento de mil metros do quebra-mar existente, que passará a ter um total de 2.770 metros. Além da construção de dois berços de atracação contínuos, com extensão total de 760 m de comprimento e 115 m de largura, o que corresponde, segundo Cid Gomes, a vinte campos de futebol em alto mar. A ponte precisará ser estendida em 330 metros para alcançar a estrutura. A obra já está em andamento e possui um custo total de R$ 369 milhões.
» Portos. Praticamente não houve alteração nos níveis de movimentação dos portos cearenses nesse primeiro trimestre. O Mucuripe, de acordo com o diretor presidente da Companhia Docas do Ceará, Sergio Novais, apresentou uma queda de 20% no escoamento de trigo, mas teve uma elevação de quase 5% nos combustíveis e de 6% nos contêineres. “Desde 2008 a empresa vem em um equilíbrio político-financeiro”, destacou. Por mês, a receita é equilibrada em R$ 2,7 milhões. No ano passado, foram feitos investimentos com recursos próprios da ordem de R$ 3 milhões. Este ano está em andamento uma obra de derrocagem, retirada de uma pedra, com aumento da profundidade para 11 metros. O custo é de R$ 6,9 milhões.
No Pecém, a movimentação foi praticamente a mesma do ano passado, com ligeira queda de 10%, passando de R$ 31 mil no ano passado para R$ 28 mil em março. A cabotagem, navegação costeira, foi uma das estratégias que o porto buscou para suprir a possível queda de receita dos outros setores. Segundo o diretor comercial do Porto do Pecém, Mário Lima Júnior, a movimentação desse tipo passou de 20% em 2008 para 40%.
(Fonte: Jornal O ESTADO – Fortaleza – Editoria: Economia)